Vice-presidente do FDIC pede abordagem mais aberta ao cripto e critica 'táticas semelhantes ao Choke Point'

O vice-presidente da Federal Deposit Insurance Corporation, Travis Hill, disse que a agência deveria ser mais clara sobre como os bancos trabalham com criptomoedas, após críticas de que o governo está excluindo a indústria. 

Em um discurso publicado na sexta-feira, Hill disse esperar que a agência, que assegura depósitos em bancos dos EUA, adote uma abordagem mais "mente aberta" em relação à tecnologia e pediu mais orientações sobre ativos digitais. Hill está supostamente prestes a ser presidente interino da FDIC e atualmente é o segundo no comando. Ele foi nomeado como republicano para a FDIC em 2022. 

As observações de Hill seguem preocupações de alguns na indústria de criptomoedas de que a FDIC havia pedido às instituições financeiras que pausassem atividades relacionadas a criptomoedas. A Coinbase, através da empresa de consultoria History Associates Inc., processou a FDIC em junho e acusou a agência de tentar cortar a indústria de criptomoedas do setor bancário. O processo também solicitou as "cartas de pausa" da FDIC.

De acordo com um relatório de 2023 do Escritório do Inspetor Geral da FDIC, a agência começou a emitir "cartas de pausa" para algumas instituições financeiras entre março de 2022 e maio de 2023, pedindo que não expandissem atividades relacionadas a criptomoedas e fornecessem mais informações. O escritório é responsável por avaliar a FDIC.

Hill disse que as abordagens das agências federais mudaram para engajar instituições de forma mais individual, em vez de estabelecer expectativas claras sobre como os bancos podem trabalhar com ativos digitais. 

"Eu já falei no passado sobre como essa abordagem tem sido prejudicial, pois sufocou a inovação e contribuiu para a percepção pública de que a FDIC está fechada para negócios se as instituições estiverem interessadas em qualquer coisa relacionada a blockchain ou tecnologia de livro-razão distribuído", disse Hill. 

Hill também mencionou a Operação Choke Point em seu discurso. Alguns na indústria de criptomoedas usam a frase "Operação Choke Point 2.0" para compará-la com a Operação Choke Point 1.0, uma iniciativa do Departamento de Justiça dos EUA de 2013 que buscava limitar serviços bancários para indústrias consideradas de alto risco para fraude e lavagem de dinheiro, incluindo credores de payday e comerciantes de armas de fogo.

"Embora adotar uma nova abordagem para ativos digitais — e pôr fim a quaisquer táticas semelhantes à Choke Point — sejam passos iniciais essenciais, os reguladores também precisam reavaliar nossa abordagem para implementar o Bank Secrecy Act (BSA)", disse Hill. "Embora todos compartilhemos o objetivo de garantir que criminosos e terroristas não usem o sistema bancário para financiar tráfico de drogas, terrorismo e outros crimes graves, o regime atual do BSA cria um incentivo para que os bancos fechem contas em vez de arriscar multas massivas por conformidade inadequada com o BSA."

A FDIC tem sido firme em sua abordagem de que não desencoraja instituições financeiras de trabalhar com criptomoedas.  No relatório de Revisão de Risco de 2024, a FDIC disse que ela e outras agências "continuam a enfatizar que as organizações bancárias não são proibidas nem desencorajadas de fornecer serviços bancários a clientes de qualquer classe ou tipo específico."

Hill já criticou anteriormente as relações de outras agências com criptomoedas, especificamente o tratamento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA em relação a uma orientação contábil controversa de criptomoedas chamada Boletim de Contabilidade da Equipe 121, ou SAB 121. Lançado em março de 2022, o boletim exige que as empresas que custodiam criptomoedas registrem as participações em criptomoedas de seus clientes como passivos em seus balanços. 

"Esse tratamento se desvia acentuadamente de como os custodians contabilizam todos os outros ativos mantidos em custódia, que ar